O Cazaquistão é um país com vastas terras, mas a sua indústria de estufas ainda está na sua infância. Enquanto os Países Baixos, com a sua pequena dimensão, conseguem alimentar metade da população mundial através de estufas de alta tecnologia, o Cazaquistão luta para acompanhar. A 13ª Exposição Internacional “Estufas. Horticultura. Irrigação. Fertilizantes. Flowers” em Almaty reuniu especialistas para discutir o estado atual e futuro do setor de estufas no Cazaquistão.
De acordo com os dados mais recentes da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), a produção vegetal per capita do Cazaquistão ainda é relativamente baixa, com apenas 147.9 kg/pessoa/ano em comparação com a média global de 198.6 kg/pessoa/ano. Isto deve-se em parte à utilização limitada de tecnologias avançadas, incluindo estufas de alta tecnologia, que podem aumentar a produção e melhorar a qualidade das culturas.
Além disso, a falta de financiamento para projectos de estufa tem sido um grande obstáculo para o desenvolvimento da indústria. No entanto, o governo anunciou recentemente planos para alocar fundos para apoiar negócios com efeito de estufa no país. O Ministério da Agricultura prometeu fornecer subsídios para a construção de novas estufas, bem como reduzir os impostos para os produtores de estufas.
O potencial das estufas de alta tecnologia no Cazaquistão é enorme. Ao utilizar tecnologias avançadas, como a hidroponia e a aeroponia, os produtores podem aumentar significativamente o rendimento das suas colheitas, ao mesmo tempo que reduzem o consumo de água e minimizam o impacto no ambiente. Além disso, as estufas de alta tecnologia podem prolongar a época de cultivo, permitindo aos agricultores produzir vegetais frescos durante todo o ano, mesmo em condições climáticas adversas.
Embora a indústria das estufas no Cazaquistão ainda esteja numa fase inicial, existe um grande potencial de crescimento e desenvolvimento. Os recentes planos do governo para apoiar os negócios com efeito de estufa, combinados com a utilização de tecnologias avançadas, podem aumentar significativamente a produção de vegetais no país, melhorando a segurança alimentar e contribuindo para a economia nacional.
Segundo o Ministério da Agricultura da República do Cazaquistão, a área total de estufas no país é de 2,356 hectares, com um volume de produção de 84,000 mil toneladas de hortaliças. A maioria das estufas está localizada nas regiões do sul do país, como Almaty, Zhambyl e Sul do Cazaquistão. No entanto, a maioria destas estufas é construída com materiais de baixa qualidade, como película plástica, o que as torna vulneráveis a condições climáticas adversas.
Um dos principais desafios que a indústria das estufas enfrenta no Cazaquistão é o elevado custo da construção. A maior parte dos materiais utilizados na construção de estufas são importados, o que os torna caros devido aos custos de transporte e às flutuações cambiais. Além disso, muitos agricultores do país não possuem os conhecimentos e recursos necessários para construir e manter estufas modernas e de alta tecnologia que possam resistir a condições climáticas extremas.
Outro desafio é a escassez de mão de obra qualificada no setor. Muitos jovens no Cazaquistão não estão interessados em trabalhar na agricultura, o que levou a uma escassez de trabalhadores para explorações em estufas. Além disso, os esforços do governo para atrair mão-de-obra estrangeira não tiveram muito sucesso devido a obstáculos burocráticos e barreiras linguísticas.
Apesar destes desafios, o Cazaquistão tem um imenso potencial para o desenvolvimento do sector das estufas. O país possui uma vasta área de terreno que pode ser aproveitada para a construção de modernas estufas. Além disso, as condições climáticas favoráveis nas regiões do sul do país permitem o cultivo de uma grande variedade de culturas ao longo do ano.
O governo do Cazaquistão reconheceu a importância do sector das estufas e tomou medidas para apoiar o seu desenvolvimento. Em 2021, o Ministério da Agricultura anunciou um plano para aumentar a área de estufas no país para 5,000 hectares até 2025. Além disso, o governo alocou fundos para a construção de modernas estufas e para a formação de agricultores em modernas tecnologias de estufas.
A agricultura em estufa no Cazaquistão enfrenta vários desafios, um dos quais é o financiamento. Embora o governo tenha programas para fornecer fundos rotativos para o trabalho de campo na Primavera, o orçamento atribuído pode não cobrir as despesas com o cultivo em estufas. Além disso, os agricultores têm de lidar com custos elevados de electricidade, gás e carvão. Para resolver estas questões, o governo aprovou planos para subsidiar até 50% dos custos de electricidade e gás. Os mecanismos de subsídio ainda estão a ser discutidos, mas as opções incluem a utilização de contadores ou o subsídio por hectare de estufa. O montante do subsídio dependerá do tipo de tecnologia utilizada, sendo os complexos industriais de estufas os que recebem os subsídios mais elevados.
De acordo com discussões recentes no Ministério da Agricultura e no grupo de trabalho, o nível de financiamento existente para projectos de investimento em estufas é insuficiente e existem planos para aumentar as taxas de subsídio de 25% para 30%. Embora o governo esteja a tomar medidas para apoiar a agricultura em estufa, ainda existem desafios que precisam de ser enfrentados para melhorar a eficiência e a rentabilidade deste sector no Cazaquistão.