A agricultura vertical já foi apontada como o futuro da agricultura, prometendo revolucionar a produção de alimentos ao cultivar em ambientes fechados com uso eficiente de recursos e impacto ambiental mínimo. No entanto, dados recentes mostram que o setor está lutando, com a maioria das empresas incapazes de obter lucro com a alface, apesar de receber mais de um bilhão de dólares em investimentos de capital de risco. A Fifth Season, uma promissora fazenda indoor que projetava crescimento de 600% nas vendas em 2022, fechou abruptamente, deixando seus trabalhadores desempregados. Outros grandes players do setor, como AppHarvest, AeroFarms, Agricool, Infarm e IronOx, também enfrentam desafios financeiros, levantando dúvidas sobre a viabilidade do setor de agricultura vertical.
Os investidores investiram US$ 1.7 bilhão em produtores internos, na esperança de “perturbar” a indústria agrícola e encontrar retornos no estilo do Vale do Silício na alface. A agricultura vertical foi vista como uma forma de responder às mudanças climáticas e aumentar a segurança alimentar. No entanto, está ficando cada vez mais claro que competir com a economia da agricultura ao ar livre é um desafio, e as expectativas dos investidores podem ter sido muito altas.
Embora a mudança climática e o crescimento populacional apresentem desafios significativos para a agricultura tradicional, a ascensão e queda da agricultura vertical demonstram que não há solução milagrosa para essas questões. Uma combinação de abordagens, incluindo tecnologia inovadora e práticas agrícolas tradicionais, pode ser necessária para abordar os problemas complexos que a agricultura enfrenta atualmente.
A bolha da agricultura vertical parece estar estourando, com muitas empresas lutando para obter lucro e investidores enfrentando perdas significativas. Embora o conceito de cultivo interno permaneça intrigante, os desafios atuais do setor destacam a necessidade de uma abordagem mais realista para o futuro da agricultura. A busca pela inovação deve ser equilibrada com praticidade e compreensão das complexidades do sistema alimentar.
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A agricultura interna tem sido apontada como uma solução sustentável para os desafios enfrentados pela agricultura tradicional, desde a escassez de água até doenças nas plantações. No entanto, a realidade da agricultura interna, principalmente para verduras folhosas, é que ela tem custos elevados. De acordo com dados recentes, fazendas em armazéns ou fazendas verticais são caras para construir e administrar. As luzes sozinhas são uma despesa significativa, com uma pequena fazenda de 10,000 pés quadrados potencialmente tendo uma conta de iluminação de mais de $ 100,000 por ano. O funcionamento de aparelhos de ar condicionado e outros equipamentos também aumenta os custos de energia e, mesmo com fontes de energia renováveis, como painéis solares, pode não ser suficiente para cobrir a eletricidade necessária.
Muitas startups no espaço de cultivo interno também construíram sua própria tecnologia para operar as fazendas, o que pode levar a despesas crescentes. Apesar disso, as estufas tradicionais já cultivam uma grande porcentagem dos tomates consumidos nos Estados Unidos e a Holanda produz quase um milhão de toneladas de tomates por ano, tornando-se um grande exportador de alimentos. Embora a agricultura interna possa ter suas vantagens, é importante pesar os custos e benefícios antes de investir nesse tipo de agricultura.
Embora a agricultura interna tenha suas vantagens, os custos associados a ela, principalmente para verduras folhosas, são significativos. Desde construir e administrar fazendas verticais até pagar altas contas de iluminação e energia, essas despesas podem superar os benefícios desse tipo de agricultura. É essencial pesar cuidadosamente os custos e benefícios da agricultura interna, pois as estufas tradicionais e a agricultura externa ainda podem ser a solução mais sustentável e econômica em alguns casos.
De acordo com um artigo recente da Fast Company, muitas empresas de estufas de alta tecnologia ainda dependem fortemente de financiamento de capital de risco, e algumas têm lutado para atingir o ponto de equilíbrio ou a lucratividade. Por exemplo, a AppHarvest, que arrecadou mais de US$ 640 milhões, registrou perdas líquidas de US$ 83 milhões nos primeiros nove meses de 2022. Mesmo que uma fazenda interna possa eventualmente se tornar lucrativa, pode levar vários anos para atingir essa meta. Isso pode ser um desafio para as startups que precisam continuar levantando capital para financiar as operações, principalmente porque os investidores estão mais cautelosos no mercado atual.